Quais são as seis tendências que já estão transformando o agro?

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O agronegócio brasileiro vem evoluindo ano após ano. Do uso intensivo de fertilizantes e defensivos nos anos 1980 e 1990, passamos por revoluções no melhoramento genético, pela adoção em larga escala de práticas de manejo como o plantio direto, pelo avanço da biotecnologia com as culturas transgênicas, e mais recentemente, pela digitalização do campo e o uso crescente de produtos biológicos.

Cada uma dessas transformações representou saltos de produtividade, eficiência e sustentabilidade. Agora, estamos diante de uma nova realidade. Um conjunto de tendências está redesenhando as bases do setor — influenciando desde a forma como se produz até como se consome, se financia, se aprende e se inova no agro brasileiro.

1. Entrada de Novos Players no Mercado de Biológicos

O Brasil tem se consolidado como um dos maiores e mais promissores mercados para produtos biológicos no mundo. Esse crescimento acelerado está atraindo a entrada de novos players internacionais — muitos deles com forte foco em pesquisa e desenvolvimento de soluções à base de microrganismos, mas também com portfólios que incluem peptídeos, extratos vegetais, metabólitos secundários e outras classes de ativos biológicos que oferecem maior eficiência e consistência nos resultados.

2. Protagonismo das Revendas Locais

As revendas locais de insumos agrícolas vêm assumindo um papel cada vez mais protagonista na nova dinâmica do agronegócio brasileiro. Em um cenário marcado por tentativas nem sempre bem-sucedidas de consolidação dos canais de vendas, muitas grandes redes perderam competitividade — seja por falhas recorrentes no cumprimento de promessas, como atrasos na entrega de produtos, seja pela ruptura no relacionamento direto e de confiança que existia entre os antigos proprietários das revendas e os agricultores.

3. Novos Modelos de Negócio

A servitização e a digitalização estão moldando um novo perfil de empresa no agronegócio. Soluções que combinam produtos, dados e serviços sob medida tornam-se mais relevantes que a simples venda de insumos. Plataformas digitais de comercialização de grãos, venda direta de produtos e serviços ao agricultor e mercados online já fazem parte da realidade. O produtor busca cada vez mais conveniência, resultado e parceria — não apenas produto.

4. Descentralização da Educação

Na década de 1980, a formação em agronomia era concentrada em poucas universidades públicas, com foco acadêmico. Nos últimos 30 anos, houve forte expansão de cursos, especialmente na rede privada e no EaD. Apesar disso, a qualificação da mão de obra segue como um dos principais desafios do setor. Com o avanço da tecnologia no campo, cresce a demanda por pós-graduações práticas e voltadas à aplicação imediata no dia a dia do agro.

5. Edição Gênica

A edição gênica, com destaque para o CRISPR, está revolucionando o melhoramento genético. Permite ganhos de produtividade, resistência a pragas e adaptação climática com precisão e rapidez. O Brasil, com sua liderança em culturas como soja, milho e algodão, tem a oportunidade estratégica de desenvolver cultivares adaptadas aos seus desafios específicos, elevando o patamar de competitividade da agricultura nacional.

6. Conexão e Digitalização

A conectividade rural e o uso de dados já estão transformando o agro. Drones, sensores, IA e softwares de gestão geram informações valiosas que apoiam decisões mais precisas. Com a chegada do 5G e do Wi-Fi 6, será possível conectar mais dispositivos com rapidez e baixa latência, viabilizando automação, monitoramento em tempo real e agricultura de precisão. A digitalização é o novo idioma do campo — e ignorá-la é perder competitividade.

O futuro do agro não será escrito por quem espera, mas por quem se antecipa. As mudanças estão em curso — e não há mais espaço para modelos ultrapassados. Seja na formação de pessoas, na adoção de tecnologias, ou na construção de novos modelos de negócio, quem liderar essa transição não apenas sobreviverá — mas prosperará.

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