Depois de 25 anos trabalhando em grandes empresas, decidi que era hora de fazer algo diferente. Deixei o mundo corporativo e comecei a minha própria consultoria.
Essa ideia já vinha amadurecendo há algum tempo. Sempre me interessei pela consultoria estratégica, principalmente depois de ter trabalhado como cliente com grandes consultorias como a McKinsey, Bain&Company e a BCG. Aquilo me chamou atenção de verdade. Não só pela inteligência estratégica, mas também pelo ritmo, pelo desafio, pelo impacto. Ajudar empresas a resolverem problemas grandes e complexos. Aprender algo novo em cada projeto. Ser desafiado a pensar rápido e entregar recomendações reais e aplicáveis.
A StrategicAg nasceu um dia após a minha saída da empresa que vinha trabalhando. Criei o nome, o logo, a assinatura — “We Know Agriculture”. Eu já tinha clareza do que queria oferecer e para quem. Mas, como todo novo empreendedor, ainda não tinha tudo estruturado.
Na primeira semana, eu fiquei no meu home office e mergulhei de cabeça para definir o que eu faria. Anotei tudo que eu já tinha feito nas empresas por onde passei — projetos que geraram valor, que marcaram, que foram elogiados — e coloquei tudo em post-its. Colei cada um na parede. Depois de cinco dias, o escritório estava tomado… e minha proposta de valor estava criada. Eu sabia exatamente o que a StrategicAg ia oferecer, para quem e com qual posicionamento.
Na semana seguinte, coloquei um site no ar e mandei fazer algumas camisetas polo com o logo da empresa. Estava começando ali um sonho antigo….
Hoje, um ano depois, posso dizer que esse foi um dos capítulos mais intensos e gratificantes da minha vida profissional. Aprendi mais nesses 12 meses do que em muitos anos no mundo corporativo. Por isso, eu quero compartilhar algumas lições que tirei dessa jornada e, quem sabe, isso possa te ajudar, caso você esteja pensando em dar um passo parecido.
A primeira lição é: tenha o apoio total da sua esposa, marido ou companheiro(a). Explique o quanto essa decisão é importante para você. Ter apoio emocional faz toda a diferença nos momentos difíceis, que não são poucos.
Outra coisa: seja 100% honesto com você mesmo. Sempre. Nada de desculpas e “mi-mi-mis”.
E aqui vai uma que parece contraditória: elimine todos os planos B — especialmente aquele clássico “se não der certo, eu volto para o mercado…”. Pode até parecer sensato, mas na prática isso é uma grande armadilha. Esse tipo de pensamento rouba e põe em xeque o seu objetivo nos momentos de maior vulnerabilidade. Para dar certo, é necessário estar 100% comprometido com aquilo que você decidiu construir e trabalhar duro.
Sua reputação e seus relacionamentos são seus verdadeiros ativos. Muito mais do que diplomas ou cargos, o que conta no final é a confiança que as pessoas têm em você.
Prepare-se para se surpreender. Aqueles que você achava que iam te ajudar, especialmente colegas de trabalho… muitas vezes somem. E às vezes quem menos você esperava é quem mais estende a mão.
No começo, você vai fazer tudo sozinho. Absolutamente tudo. Não tem assistente, não tem estagiário. Só você.
Saber o que você vai oferecer e para quem é essencial. Mas saber o que você não vai fazer e para quem você não quer trabalhar é ainda mais importante. Aprendi que dizer “não” é uma decisão estratégica e sábia.
Não tente ser bom em tudo. Especialize-se. Foque. Isso é o que te diferencia.
E, por fim: entregue. Com qualidade. No prazo. Sem desculpas. É assim que se constrói confiança e reputação.
Essa jornada está longe de ser fácil. Mas ela é real. E é minha.
Se você está pensando em mudar de rumo — seja aos 35, 45 ou 50 como eu — espero que esse texto te encoraje. Você não precisa estar sem medo. Só precisa dar o primeiro passo e confiar na sua experiência.
Quando o propósito se alinha com o que você sabe fazer, tudo muda.